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críticas de filmes por pessoas que simplesmente gostam de filmes, oras!

classic horror movies






Adoro filmes de terror. Peraí, rapaz, não vá pensando que eu gosto de gente decapitada, sangue espalhado na tela e membros que voam a torto e a direito. Não gosto (talvez um pouquinho). Na verdade, eu gostava muito mais dos filmes de terror quando o sangue era um xarope caramelo e o assassino vivia nos sonhos e ou usava uma máscara – e eu me refiro ao Michael Myers.

Acho que cenas de terror têm que ser muito bem feitas e dirigidas, senão vira violência gratuita e realista demais e eu não quero ver nenhum crânio sendo esmagado pela roda de um caminhão porque-não (moro no rio de janeiro e bebo violência no café da manhã).

Por isso fico com a série de horror da Universal. Para os que se interessam pelo gênero, esses são os melhores do quesito.

Os meus preferidos são os que usam monstros convencionais como Frankenstein, Lobisomem, Drácula, O Corcunda e a Múmia. Mas existem muitos outros fantásticos como O Homem que Ri (1928) e O Monstro da Lagoa Negra (1954). E não vá pensando que só porque são velhos os filmes são bobinhos, sem graça e chatos. O Homem que Ri assusta de verdade.

Pois bem, Drácula (1931) e Frankenstein (1931) não só lançaram Bela Lugosi e Boris Karloff, mas também difundiram um novo gênero do cinema americano. Um gênero que sou completamente adepta.

Presta atenção nos títulos das sequências e confessa que não tem vontade de assistir todos:
A Noiva de Frankenstein (1935), A Filha de Drácula (1936), O Filho de Frankenstein (1939), O Lobisomem (1941), O Lobisomem encontra Frankenstein (1943), A Casa de Frankenstein (1944), A Casa do Drácula (1945), e muitos outros.

Existem muitas curiosidades a respeito deles, por exemplo: A maioria dos filmes são mais curtos do que o habitual, uma hora e vinte, uma hora e trinta - eles passavam antes do filme principal da noite e tinha que dar tempo da sessão acabar e começar outra. Também é engraçado imaginar o fato de reutilizarem os cenários de grandes produções que estavam sendo filmadas - de dia filmavam um romance rural e de noite aldeões corriam com tochas incandescentes atrás do Lobisomem.

Esses para mim são os melhores mesmo. Sou fã e recomendo totalmente. E fica a dica (ops, esse é outro blog): os filmes são super baratos e fáceis de encontrar.

Pra variar os meus canecos explodem.

Avaliação:

mar aberto.


(anos depois... heh)



daniel e susan formam um casal dos tempos modernos. aterefados, constantemente estressados e dependentes de coisas tipo celular e notebook.
com o relacionamento beirando o fracasso, os dois decidem tirar férias em um lugar paradisíaco, longe de tudo que lembre suas vidas. eles se esforçam pra que tudo seja perfeito, assim como a paisagem que os rodeiam.
um dia, decidem passar a tarde com um grupo em alto-mar, mergulhando numa área onde pode-se ver tubarões. o sol esta brilhando e o dia esta lindo. após 40 minutos debaixo d'água, e um tanto desorientados, daniel e susan voltam a superfície e procuram o barco que os levara até ali.
mas não vêem nada. só a imensidão calma e azul.
as horas seguintes são de puro terror, onde daniel e susan passam à deriva. e na companhia dos amiguinhos tubarões.

é esse o resumo desse filme angustiante.
visivelmente independente, mar aberto é mais um daquele tipo de filme que te faz roer as unhas, passar rápido as cenas de tão ARGH. é tenso, tenso demais.
um casal boiando no mar, sem saber o que fazer, correndo o risco de serem devorados vivos e com os nervos a flor da pele, tentando achar um culpado pela situação.

o culpado tem nome e no filme, é mostrado como o erro foi cometido.



o filme foi baseado em fatos reais.
o casal tom and eileen lonergan desapareceram no mar da austrália em janeiro de 1998. seus corpos jamais foram encontrados.
foi um caso polêmico na época, foram usados trechos do diário de ambos no julgamento de jack nairn (um dos responsáveis pelo grupo de mergulho). a defesa dizia que como não havia corpos, não havia mortos. e o que realmente pode ter acontecido era que tom e eileen ou se suicidaram ou forjaram a própria morte.
o equipamento dos dois foram encontrados, assim como a roupa de mergulho de eileen. a roupa estava inteira e sem grandes estragos, descartando a idéia de que ela teria sido atacada por tubarões.
jack foi inocentado, e o mistério o que aconteceu com tom e eileen continua até hoje.

já o filme, mostra como eles provavelmente morreram.
com um enredo onde se sabe quase tudo - principalmente o final - o legal seria explorar a situação de estresse. mas o filme faz isso muito mal.
com a morte rondando o tempo todo, as brigas são mínimas e quando esperamos que haverá a discussão de relação, há silêncio.
se houvesse um bom roteirista, esses momentos elevariam o nivel do filme.

provavelmente, ele vale mais pela história bizarra que o cerca.

ficha técnica
título: open water, 2003.
duração: 79 minutos.
direção: chris kentis
roteiro: chris kentis

avaliação:

Open Water: The True Story Behind the Disturbing Movie

um novo embalo.


voltando de viagem e me sentindo culpada por deixar a pastinha de filmes abandonada pra me entregar aos prazeres de seriados, volto ao pipoca com duas surpresas.
tá, mentira, nem é surpresa, mas vi dois filmes esse final de semana que me surpreenderam.


um deles, escolha minha.
há vários finais de semana via ele com a etiquetinha de "super lançamento", e o nome dos atores e o título me chamavam atenção.
tratava-se de o assassinato de jesse james pelo covarde robert ford.
acreditem, é esse o título! e que já conta praticamente tudo do filme.
havia o jesse james, e daí chegou o robert ford, que era covarde. daí ford mata james.
haha, lógico que não é só isso.

jesse james era uma figura quase que folclórica. uma lenda viva. homem sociável e carismático, o fora-da-lei mais famoso dos estados unidos no século XIX. apesar de sua lista de dezenas de assaltos e assassinatos, jesse james nunca foi preso.
até que um dia, um jovem rapaz que ele acolheu em seu bando lhe da um tiro pelas costas. o rapaz, bob ford.
narrado de uma forma desconstrução do mito, o assassinato de jesse james mostra um jesse bruto, amoral e narcisista. na única cena de assalto do filme, jesse mata um cobrador de trem sem oportunidade de se defender porque ele não quis abrir um cofre. noutra, jesse espanca um garoto para que ele lhe desse uma informação que não possuía. jesse tortura psicologicamente, mata pelas costas após sorrir pela frente, é paranóico e cínico.
do outro lado, esta bob ford. o ingênuo, aos 19 anos, idolatrando aquele que passou a infância lendo sobre. ao entrar no bando de jesse james, bob percebe que seu deus vive ocupado na sua própria manutenção. bob é um fã ardoroso, sempre caçoado pela sua paixão, e doentio.
bob ford não quer ser apenas como jesse, ele quer ser jesse.
e quando as imperfeições de jesse james aparecem, bob torna-se ainda mais obcecado, e desprezível.

o filme é todo em tomadas longas, silenciosas, um western sem tiros.
a fotografia (impecável) alterna entra as cores quentes e a poeira do estado do missouri, cenas dos campos de trigos e casebres perdidos no meio do nada com a neve, o frio e a tensão das armas em punho permanentemente.



o "covarde" no título do filme, se dá por bob ter matado jesse com um tiro nas costas, desarmado, enquanto arrumava um quadro na própria casa.
mas no desenrolar das 2 horas de filme, a impressão é que jesse escolheu seu assassino, para além de amargar a morte de seu ídolo, levá-lo a desgraça, infâmia e jesse se eternizar como o herói.

brad pitt vive jesse james, com aquela perfeição e brilho de quem sabe o que faz. olhando com desconfiança pra todos os lados, jogando verdes e tentando descobrir onde pisar.
casey affleck é robert ford. e é capaz de contar toda a história de bob somente com o olhar. do garoto ingênuo e deslumbrado quando entra no bando, do nervosismo e inquietação, na incerteza ao atirar, e na decadência e conformismo quando é tido como o traidor de uma nação.

prepare-se para um filme longo, que ás vezes parece que esta testando sua paciência.
mas te joga nos ombros a história de vida e morte de dois homens vazios, tentando se encher de algo.
quem sabe deles mesmos.


ficha técnica
título: the assassination of jesse james for the coward robert ford, 2007.
duração: 160 minutos.
direção: andrew dominik
roteiro: andrew dominik, baseado em livro de ron hansen.

avaliação:

como o post ficou muito grande, falarei do segundo filme no próximo post.

Piaf - Um Hino ao Amor


Tenho uma quedinha por filmes que provocam polêmica na crítica. Aqueles que depois de um tempo geram centenas de comunidades do orkut de "X é superestimado/subestimado", sabem? Pois é.

Talvez seja por isso que não dei muita atenção ao Piaf. Até hoje não ouvi uma crítica negativa sobre ele e isso me desanimou um pouco... até assisti-lo ontem. Ele é realmente maravilhoso.

Trata da vida da cantora francesa Edith Piaf, desde tenra idade até sua morte. E, gente, que vida essa mulher teve! Saúde frágil na infância, mãe desnaturada, pai que foi para a guerra e a deixou em um puteiro bordel pertencente à avó, pai que volta e a leva para o circo... E isso é só o começo, para ter sequência em uma rotina de excessos e tristezas.

O filme não é linear, é às vezes fica até confuso. Só mais para o final, por exemplo, é que entendi qual era a doença que ela tinha. Mas isso não tira absolutametne nenhum mérito, a direção é excelente. Gostei dos detalhes, da iluminação, das tomadas, tudo.

Entretanto, o que realmente merece destaque é a interpretação da Marion Cotillard. Perfeita, brilhante. Só para vocês terem noção, percebam a diferença de aparência da moça na vida real e no filme:


incrível, não?


Há uma cena em que Piaf sofre uma perda muito importante e, meodeos, tive que dar pausa no filme pra parar de chorar. Sério. É de uma intensidade tão absurda que corta o coração de qualquer um. Só de lembrar dela fico triste.

Aliás, não entendo como alguém pode dizer que esse filme é lindo. Ele é bem feito, extremamente bem interpretado, mas com uma história tão cinza... a cada segundo eu pensava "e agora, qual será a próxima desgraça?". Seria como dizer que o Lista de Schindler (guardadas as devidas proporções, óbvio) é lindo. Não é lindo. É sumamente triste. E tá, tudo bem, pode haver beleza na tristeza, mas enfim. Não vou discutir isso agora, heh.

É claro que a vida da Piaf não foi um Desventuras em Série. Ela viveu intensamente, teve affairs com meio mundo (apesar disso não ser mostrado no filme) e também conheceu meio mundo. Ela pegou o Marlon Brando, minha gente! Marlon fuckin' Brando. Meus respeitos.

Poderia falar e falar e falar do filme, da pesquisa que fiz depois sobre a vida dela, etc. Mas acredito que o maior chamariz seja ver a verdadeira diva em ação.


Se vocês não sentiram absolutamente nada vendo esse vídeo - nem pela expressão de Edith ou pela música - não vejam o filme. Simples assim.
Se gostaram... depois do La Môme vão gostar mais ainda.

ficha técnica
título: La Môme (2007)
duração: 140 minutos
direção: Olivier Dahan
roteiro: Olivier Dahan e Isabelle Sobelman
curiosidade: sabem a famosíssima música La Vie En Rose? Piaf é quem fez letra. pois é.

avaliação:

você acredita em fadas?


a história de "peter pan" nunca me encantou.
não sei se por hoje em dia não haver magia ou inocência o suficiente. ou pelo fato de toda vez que se ouve a palavra "neverland" logo ligamos ao rancho de michael jackson e o resto você sabe.
assisti ao filme de peter pan duas vezes, a luana gosta pois tem fadas e crianças.

porém, nesse último final de semana me deparei com um filme tendo um elenco sensacional, mas o nome era meio blé: em busca da terra do nunca
resolvi encarar mesmo assim, minha musa estava nele, e eu não iria perder. heh.
e gente, chorei.
igual bebê. chorei, chorei, chorei mesmo. o tempo todo.

o filme se trata de uma parte da vida do escritor james barrie.
james é um autor de teatro de sucesso, mas ultimamente a crítica andava sendo dura com suas peças. procurando inspiração, james vai até os parques de londres e conhece uma jovem viúva, sylvia, e seus quatro adoráveis filhos (michael, jack, peter e george).
james e sylvia constroem uma bela amizade, e james vê na família de sylvia uma forma de ser livre e ter a infância e o afeto que nunca teve.
ao mesmo tempo, james vê seu casamento desmoronando e é obrigado a escrever uma peça que seja perfeita.
usando os filhos de sylvia como inspiração, james cria a história de um garoto que nunca iria crescer, que vivia numa terra cheia de piratas, fadas e magia.
o peter pan.




é claro que james se inspirou no pequeno peter (filho de sylvia) pro nome do personagem. no filme, peter é um garoto sério e um tanto amargo pelas grandes perdas em tão pouco tempo de vida. james tenta mostrar aos garotos que não há nada de errado em ser criança, em imaginar, criar, brincar e se divertir.

o filme é suave, tem momentos extremamente tristes onde johnny depp é impecável (como sempre). a gente até tenta achar uma brecha, um erro ou um tropeço, mas não adianta, johnny depp vai morrer como um dos melhores atores de sua geração. e nem adianta tentar negar isso.
jutanto à beleza da minha musa, kate winslet, tão porcelanada e perfeita no seu sotaque britânico, co-estrelas de luxo, tipo dustin hoffman e as crianças-atores tão reais.
um filme lindo, bem feito, cores perfeitas, cenários perfeitos, elenco de morrer de tanto babar.

desse jeito, até eu comecei a ver magia em peter pan, com uma ponta de melancolia.
a vida de james deve ter sido muito triste


ficha técnica
título: finding neverland, 2004.
duração: 106 minutos.
direção: marc forster
roteiro: david magee, baseado na peça de allan knee.

avaliação:


notas: james foi co-tutor dos garotos davies quando seus pais morreram. peter cometeu suicídio em 1960, se jogando na frente do metrô. é dito que ele era muito infeliz e nunca conseguiu se dissasociar do personagem que levava seu nome.

links sobre autor e obra:
jm barrie
sobre peter pan
fotos e questões sobre a história

Sabrina & Quanto Mais Quente Melhor


Sabrina
A primeira vez que vi Sabrina foi numa Sessão da Tarde - o remake de 1995, é claro, com o Harrison Ford, Greg Kinnear e Julia Ormond. Adorei a história, deliciosa para mocinhas românticas como eu, mas parei por aí... Até descobrir que havia um original: 1954, com Humphrey Bogart, Audrey Hepburn e William Holden. Uau.



Como vocês notaram, só citei três atores do elenco. Foi de propósito. A história se passa basicamente em torno deles, os outros são meros coadjuvantes mesmo.

O comum entre as duas versões é o enredo em si, claro; mas são contadas de formas completamente distintas. O básico: Sabrina é a filha do chofer dos riquíssimos Larabee, e desde criança foi apaixonada pelo caçula da família, David. Passava noites e noites em cima de uma árvore espiando as festas de luxo e os inúmeros affairs do seu idolatrado e inacessível Larabee, o qual era um perfeito bon vivant. Essa rotina durou até a sua mudança para Paris, onde se transforma e volta totalmente repaginada a sua casa. E aí vocês podem imaginar o que acontece, considerando-se que destaquei três personagens (Bogart e Holden interpretam os irmãos Larabee). Hehe.

A grande diferença entre os dois filmes, como disse, é o foco. O original é um filme sobre romance que não é romântico. Conseguem captar? Ele é mais seco, sem tantos beijinhos ou declarações de amor muito explícitas. Se atém a contar a história sem muitas viadices de príncipe-em-cavalo-branco, enquanto o mais recente tem um quê de conto de fadas moderno, como o Uma Linda Mulher.

Creio que este é um dos poucos casos em que um filme não supera o outro (e isso porque geralmente sou partidária do "o primeiro é sempre melhor"). Os dois são ótimos, graciosos e praticamente independentes. E lindos.

Mas ninguém supera Audrey Hepburn.

ficha técnica
título: Sabrina (1954)
duração: 113 minutos
direção: Billy Wilder
roteiro: Billy Wilder, inspirado na peça de Samuel A. Taylor
avaliação:

ficha técnica
título: Sabrina (1995)
duração: 127 minutos
direção: Sydney Pollack
roteiro: Barbara Benedek e David Rayfiel, inspirados na peça de Samuel A. Taylor
avaliação:




Quanto Mais Quente Melhor
Sabia que este filme era um clássico, mas não o motivo pra isso. Ontem descobri: é simplesmente uma das melhores comédias que tive a oportunidade de ver. E com a Marilyn Monroe, Jack Lemon e Tony Curtis.



A história é sobre dois músicos totalmente falidos que aceitavam qualquer trabalho - como tocar em festas clandestinas em plena Lei Seca da Chicago de 1929. Acidentalmente, assistiram a uma chacina praticada por mafiosos e são descobertos por eles. A saída? Fugir. A única saída encontrada? Fugir com uma banda feminina para a Flórida. Travestidos, é claro.

Tudo ia "muito bem" até conhecerem Sugar (Monroe), a tocadora de guitarra havaiana da banda que gostava duma boa manguaça. E por aí vai.

Este é o tipo de filme que eu poderia contar toda a história e que mesmo assim não perderia a graça quando assistido. O timing dos atores é ótimo, as sacadas idem, e mesmo sendo um assunto batido para nós hoje, é ótimo. Humor leve e simples, perfeito para qualquer hora.

E que os vizinhos me perdoem por ter rido tão alto de madrugada.

ficha técnica
título: Some Like It Hot (1959)
duração: 120 minutos
direção: Billy Wilder
roteiro: Billy Wilder e I.A.L. Diamond, baseados na história de Robert Thoeren e Michael Logan

avaliação:
 
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