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críticas de filmes por pessoas que simplesmente gostam de filmes, oras!

I love you Phillip Morris


Taí um filme que eu tinha muita curiosidade de ver, mesmo sem saber nada sobre o enredo. Quer dizer, eu só sabia que tinha Jim Carrey (de quem não sou muito fã), Rodrigo Santoro e Ewan McGregor fazendo papéis de personagens gays. Fim.

Conforme fui assistindo ao filme fui me encantando. Apesar de ter lido comentários de que era nojento, ofensivo e que não atendia às expectativas do público, não concordei com nada disso. É um filme ambíguo, engraçado, triste, cheio de reviravoltas. É, digamos, um Catch Me If You Can mais refinado. E gay.

Realmente há cenas que podem chocar os mais sensíveis (ou homofóbicos), como aquela logo no começo em que um cara fala pro outro gozar na bunda dele. Mas ao contrário do que li por aí, não acho que foram exatamente gratuitas. Foram realistas, ué! Esperavam o que?

O filme trata da história de Steven Russell, um vigarista em vários níveis. E essa é a maior graça: não só o personagem principal era um enganador como a forma que a história vai sendo contada também é enganosa. O roteiro brinca com o espectador, te faz de besta mesmo. E de uma forma bem humorada e irônica.

Não vou contar mais a respeito do enredo pra não tirar a graça. De qualquer forma, lhes digo que vale a pena ser visto por ter várias formas de interpretação e divertimento. É uma comédia, um drama, um filme político, crítica, sátira? Fica a teu cargo decidir. Mas O Vigarista do Ano é um bom filme, que não versa sobre "oh, olha, gays!" especificamente, mas sobre amor, identidade, mentiras, inteligência... E é baseado em fatos reais, o que o deixou ainda mais interessante.

ficha técnica
título: I love you Phillip Morris
duração: 93 min
direção: Glenn Ficarra e John Requa, baseado no livro de Steven McVicker
roteiro: Glenn Ficarra e John Requa
curiosidades: trailer-cheio-de-spoilers
avaliação:

não quer contar para a vovó?


sabe uma coisa que eu gosto em desenhos? é que ele pode sair do comum sem parecer forçado.
(claro que sou do time que odeia o povo que diz não gostar de um filme porque "é mentiroso demais". né, ALO voce sabe o que significa a palavra ficção?)

com desenhos voce pode muito bem ser uma esponja, morar no fundo do mar e seu melhor amigo ser um esquilo que vai parecer perfeitmente aceitável.
desenhos são tocantes e divertidos, são visualmente atraentes. e por serem desenhos, são críticos até quando não querem ser.
(claro que também sou do time que detesta gente que vê crítica em tudo. que acha que... sei la, os padrinhos mágicos é uma critica a sociedade americana, aos pais permissivos, a juventudzzzzzzz)

e nesse post que começou confuso, eu digo que vi um dos mais belos desenhos até hoje vistos.
isso mesmo DESENHO. não curto falar "longa de animação".
acho arrogante.

madame souza é uma vovó fofinha, baixinha, manca. seu neto é um menino triste, cabisbaixo e pouco comunicativo. sempre tentando interagir com seu neto, madame souza faz o que qualquer pessoa fazendo o papel de mãe - e falhando - faria: lhe deu um cahorrinho, o adorável bruno.
porém, seu neto não parece se animar muito. mas bruno se torna uma companhia constante para a criança.
um dia, madame souza percebe que o neto tem uma paixão por bicicletas, e lhe da uma de presente. pela primeira vez nos minutos correntes do filme, vemos o neto sorrir. primeira e última.
os anos passam, avó e neto sempre lado a lado, fazendo as coisas cotidianas em silêncio. sendo só interrompidos pelos latidos de bruno, que late insandecidamente cada vez que o trem passa pela janela da pequena, suja e entulhada casa. aparentemente, o neto esta treinando pra uma corrida de bicicleta, e é cuidado e "treinado" pela avó.

sim, aparentemente.
porque o filme é de um silêncio cortante. não há diálogos. quer dizer, há. dois ou três. e a voz do locutor de rádio. tudo é subentendido - ou melhor, jogado na cara mesmo. talvez haja alguma genialidade nisso, pois é um enorme diferencial.
porque, nas únicas unidades de falas do filme (tirando as do locutor, ok), toda a sensibilidade sustentada durante o filme se posta na nossa frente. é uma espécie de catarse, não sei.
só digo que o filme não teria o impacto que teve, se não fosse a última frase dita.

e então é chegado o dia da corrida, e algo terrível acontece: o ciclista é sequestrado.
madame souza então começa uma odisséia em busca do neto. no caminho, encontra como aliadas três senhoras que um dia foram estrelas da música, e hoje dão shows irreverentes, comem coisas estranhas e têm hábitos incomuns.



e daí aqui ficaria a deixa pra eu comentar a crítica à acomodada e obesa sociedade (americana? francesa? mundial?), da covardia, do crime organizado.
mas como disse... é um desenho. de traços bonitos, cores bonitas, personagens tão caricaturescos que chegam a irritar (como o garçom do restaurante chique), de simpatia instantânea, música-tema apaixonante.
pra que salientar algo desagradavel?

-- trailer


ficha técnica
título: les triplettes de belleville
duração: 82 minutos
direção: sylvain chomet
roteiro: sylvain chomet
curiosidades: ninguém no filme tem nome. só a madame souza, que eu descobri na página do IMDB do filme.
avaliação:
 
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