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críticas de filmes por pessoas que simplesmente gostam de filmes, oras!

querido crappy summer job.


hollywood mima demais a gente.
fica por aí todo meninão, mostrando a tal festa, noite, aventura, fim de semana que é o divisor de águas de nossas vidas. e a gente fica aqui, esperando esse momento, esperando a festa, noite, aventura, fim de semana que tudo caberia certinho em um filme, fechado com aquela sensação doce-amarguinha e alguma ternura.
talvez se a gente olhar com outros olhos, até acha.

e essa introdução sem pé nem cabeça me vem cercando desde que sentei e assisti adventureland fazendo as unhas (sim eu posso, sim eu consigo). eu já havia visto um quarto desse filme, gostei e esperei a oportunidade para vê-lo novamente (acredite, tv a cabo também é um looping infinito dos mesmos filmes).

tudo começa quando james brennan se forma na faculdade (fugindo um pouco a regra da tensão-pré-vida-universitária americana, mas também batendo na tecla do i'm not a girl, not yet a woman - um beijo, britney) e o que parecia ser o verão mais esperado da vida dele, se desmonora.
no lugar da namorada bonita e interessante, um fora sem sentido. no lugar da sonhada viagem a europa, vai para a casa dos pais. no lugar dos museus parisienses e das cervejas alemãs, vai procurar um emprego de verão.
sim, porque além do chute, james recebe a notícia de que seu pai teve um decesso no emprego e terá que trabalhar para bancar sua vida pós-formatura em nova york.
james tem aquele problema muito conhecido: o do currículo acadêmico perfeito demais para um emprego qualquer. afinal, de que adianta ter tido artigos publicados em sei la que revista/jornal se sua futura função será fritar hamburger?
de repente ele se vê de frente com bobby, o excêntrico dono do parque de diversões "adventureland".
e entre um jogo de azar e outro, um baseado e outro, uma vomitada e outra, uma ameaça de cliente sedento por um panda gigante de pelúcia e outra, james faz novos amigos. amigos que, como ele, querem uma grana extra e estão cientes do pateticismo de seus empregos.
que o diga joel, seu amigo nerd e niilista. ou connell, o sedutor cara da manutenção. ou, melhor ainda, em lewis, a pobre meninca rica.

ambientado no ano de 1987, recheado de referências - principalmente musicais - e com um toque de inocência, o filme talvez seja uma pérola jogada ao relento. as atuações caem como uma luva, e os atores parecem interpretar a si mesmo. até kristen stewart, que tem tanta expressão quanto ricardo macchi.
acreditem, ela serve para o papel da garotinha rica, vazia e atormentada, que tenta juntar migalhas de amor-próprio.
jesse eisenberg brilha muito (rs), e me arrisco a dizer que ele e michael cera são a nova leva de galãs feios e inseguros, mas que despertam uma compaixão inexplicável. talvez por sempre serem o rapaz que vomita baboseiras quando se admira o interlocutor (parafraseando uma amiga - tem como não se identificar?).

em uma safra infindável de novas comédias que giram em torno de sexo, adventureland vai pelo caminho oposto. apesar de nos 5 primeiros minutos de filme já sabermos que james é virgem, esse fato só é mencionado mais uma vez ao longo do filme. a trama parece bobinha e superficial por girar em torno de uma amizade que começa com uma gentileza, que se torna uma paixão correspondida e um tanto mal-interpretada.
mas adventureland prima pela maestria que isso tudo é conduzido, em meio a corndogs estragados, abraços amigos, diálogos sinceros e uma pontinha de esperança de algo pode melhorar.

no tal verão de nossas vidas.


- (trailer) (em português)

ficha técnica
título: adventureland, 2009
duração: 107 minutos
direção: greg mottola
roteiro: greg mottola
curiosidades: o título do filme no brasil é "férias frustradas de verão", e foi lançado exclusivamente em DVD.
avaliação:
 
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