Taí um filme que eu tinha muita curiosidade de ver, mesmo sem saber nada sobre o enredo. Quer dizer, eu só sabia que tinha Jim Carrey (de quem não sou muito fã), Rodrigo Santoro e Ewan McGregor fazendo papéis de personagens gays. Fim.
Conforme fui assistindo ao filme fui me encantando. Apesar de ter lido comentários de que era nojento, ofensivo e que não atendia às expectativas do público, não concordei com nada disso. É um filme ambíguo, engraçado, triste, cheio de reviravoltas. É, digamos, um Catch Me If You Can mais refinado. E gay.
Realmente há cenas que podem chocar os mais sensíveis (ou homofóbicos), como aquela logo no começo em que um cara fala pro outro gozar na bunda dele. Mas ao contrário do que li por aí, não acho que foram exatamente gratuitas. Foram realistas, ué! Esperavam o que?
O filme trata da história de Steven Russell, um vigarista em vários níveis. E essa é a maior graça: não só o personagem principal era um enganador como a forma que a história vai sendo contada também é enganosa. O roteiro brinca com o espectador, te faz de besta mesmo. E de uma forma bem humorada e irônica.
Não vou contar mais a respeito do enredo pra não tirar a graça. De qualquer forma, lhes digo que vale a pena ser visto por ter várias formas de interpretação e divertimento. É uma comédia, um drama, um filme político, crítica, sátira? Fica a teu cargo decidir. Mas O Vigarista do Ano é um bom filme, que não versa sobre "oh, olha, gays!" especificamente, mas sobre amor, identidade, mentiras, inteligência... E é baseado em fatos reais, o que o deixou ainda mais interessante.
ficha técnica
título: I love you Phillip Morris
duração: 93 min
direção: Glenn Ficarra e John Requa, baseado no livro de Steven McVicker
roteiro: Glenn Ficarra e John Requa
curiosidades: trailer-cheio-de-spoilers
avaliação:
não quer contar para a vovó?
por
Amanda
4.6.10
sabe uma coisa que eu gosto em desenhos? é que ele pode sair do comum sem parecer forçado.
(claro que sou do time que odeia o povo que diz não gostar de um filme porque "é mentiroso demais". né, ALO voce sabe o que significa a palavra ficção?)
com desenhos voce pode muito bem ser uma esponja, morar no fundo do mar e seu melhor amigo ser um esquilo que vai parecer perfeitmente aceitável.
desenhos são tocantes e divertidos, são visualmente atraentes. e por serem desenhos, são críticos até quando não querem ser.
(claro que também sou do time que detesta gente que vê crítica em tudo. que acha que... sei la, os padrinhos mágicos é uma critica a sociedade americana, aos pais permissivos, a juventudzzzzzzz)
e nesse post que começou confuso, eu digo que vi um dos mais belos desenhos até hoje vistos.
isso mesmo DESENHO. não curto falar "longa de animação".
acho arrogante.
madame souza é uma vovó fofinha, baixinha, manca. seu neto é um menino triste, cabisbaixo e pouco comunicativo. sempre tentando interagir com seu neto, madame souza faz o que qualquer pessoa fazendo o papel de mãe - e falhando - faria: lhe deu um cahorrinho, o adorável bruno.
porém, seu neto não parece se animar muito. mas bruno se torna uma companhia constante para a criança.
um dia, madame souza percebe que o neto tem uma paixão por bicicletas, e lhe da uma de presente. pela primeira vez nos minutos correntes do filme, vemos o neto sorrir. primeira e última.
os anos passam, avó e neto sempre lado a lado, fazendo as coisas cotidianas em silêncio. sendo só interrompidos pelos latidos de bruno, que late insandecidamente cada vez que o trem passa pela janela da pequena, suja e entulhada casa. aparentemente, o neto esta treinando pra uma corrida de bicicleta, e é cuidado e "treinado" pela avó.
sim, aparentemente.
porque o filme é de um silêncio cortante. não há diálogos. quer dizer, há. dois ou três. e a voz do locutor de rádio. tudo é subentendido - ou melhor, jogado na cara mesmo. talvez haja alguma genialidade nisso, pois é um enorme diferencial.
porque, nas únicas unidades de falas do filme (tirando as do locutor, ok), toda a sensibilidade sustentada durante o filme se posta na nossa frente. é uma espécie de catarse, não sei.
só digo que o filme não teria o impacto que teve, se não fosse a última frase dita.
e então é chegado o dia da corrida, e algo terrível acontece: o ciclista é sequestrado.
madame souza então começa uma odisséia em busca do neto. no caminho, encontra como aliadas três senhoras que um dia foram estrelas da música, e hoje dão shows irreverentes, comem coisas estranhas e têm hábitos incomuns.
e daí aqui ficaria a deixa pra eu comentar a crítica à acomodada e obesa sociedade (americana? francesa? mundial?), da covardia, do crime organizado.
mas como disse... é um desenho. de traços bonitos, cores bonitas, personagens tão caricaturescos que chegam a irritar (como o garçom do restaurante chique), de simpatia instantânea, música-tema apaixonante.
pra que salientar algo desagradavel?
-- trailer
ficha técnica
título: les triplettes de belleville
duração: 82 minutos
direção: sylvain chomet
roteiro: sylvain chomet
curiosidades: ninguém no filme tem nome. só a madame souza, que eu descobri na página do IMDB do filme.
avaliação:
(claro que sou do time que odeia o povo que diz não gostar de um filme porque "é mentiroso demais". né, ALO voce sabe o que significa a palavra ficção?)
com desenhos voce pode muito bem ser uma esponja, morar no fundo do mar e seu melhor amigo ser um esquilo que vai parecer perfeitmente aceitável.
desenhos são tocantes e divertidos, são visualmente atraentes. e por serem desenhos, são críticos até quando não querem ser.
(claro que também sou do time que detesta gente que vê crítica em tudo. que acha que... sei la, os padrinhos mágicos é uma critica a sociedade americana, aos pais permissivos, a juventudzzzzzzz)
e nesse post que começou confuso, eu digo que vi um dos mais belos desenhos até hoje vistos.
isso mesmo DESENHO. não curto falar "longa de animação".
acho arrogante.
madame souza é uma vovó fofinha, baixinha, manca. seu neto é um menino triste, cabisbaixo e pouco comunicativo. sempre tentando interagir com seu neto, madame souza faz o que qualquer pessoa fazendo o papel de mãe - e falhando - faria: lhe deu um cahorrinho, o adorável bruno.
porém, seu neto não parece se animar muito. mas bruno se torna uma companhia constante para a criança.
um dia, madame souza percebe que o neto tem uma paixão por bicicletas, e lhe da uma de presente. pela primeira vez nos minutos correntes do filme, vemos o neto sorrir. primeira e última.
os anos passam, avó e neto sempre lado a lado, fazendo as coisas cotidianas em silêncio. sendo só interrompidos pelos latidos de bruno, que late insandecidamente cada vez que o trem passa pela janela da pequena, suja e entulhada casa. aparentemente, o neto esta treinando pra uma corrida de bicicleta, e é cuidado e "treinado" pela avó.
sim, aparentemente.
porque o filme é de um silêncio cortante. não há diálogos. quer dizer, há. dois ou três. e a voz do locutor de rádio. tudo é subentendido - ou melhor, jogado na cara mesmo. talvez haja alguma genialidade nisso, pois é um enorme diferencial.
porque, nas únicas unidades de falas do filme (tirando as do locutor, ok), toda a sensibilidade sustentada durante o filme se posta na nossa frente. é uma espécie de catarse, não sei.
só digo que o filme não teria o impacto que teve, se não fosse a última frase dita.
e então é chegado o dia da corrida, e algo terrível acontece: o ciclista é sequestrado.
madame souza então começa uma odisséia em busca do neto. no caminho, encontra como aliadas três senhoras que um dia foram estrelas da música, e hoje dão shows irreverentes, comem coisas estranhas e têm hábitos incomuns.
e daí aqui ficaria a deixa pra eu comentar a crítica à acomodada e obesa sociedade (americana? francesa? mundial?), da covardia, do crime organizado.
mas como disse... é um desenho. de traços bonitos, cores bonitas, personagens tão caricaturescos que chegam a irritar (como o garçom do restaurante chique), de simpatia instantânea, música-tema apaixonante.
pra que salientar algo desagradavel?
-- trailer
ficha técnica
título: les triplettes de belleville
duração: 82 minutos
direção: sylvain chomet
roteiro: sylvain chomet
curiosidades: ninguém no filme tem nome. só a madame souza, que eu descobri na página do IMDB do filme.
avaliação:
O Segredo dos Seus Olhos
por
Ge
24.5.10
Quando as luzes do cinema se acenderam a minha reação foi continuar sentada. Fazia muito, muito tempo desde que um filme havia mexido comigo a esse ponto arrebatador em que levantar e ir pra casa não parecia mais a coisa certa a ser feita. Certo seria ficar ali sem me mexer, por horas, digerindo aquela história, aquele drama, a capacidade de contar em pouco mais de duas horas algo sobre como ser sujeito passa por duas coisas: desejo e falta.
Filme dramático permeado por tiradas cômicas, mas não ridículas e nem gratuitas. Conta a história de Espósito, oficial de justiça que, assim que se aposenta, decide escrever um livro sobre um crime investigado por ele vinte e cinco anos antes, e que no entanto, continuava presente na vida dele permeado por dúvidas e por lembranças que lhe remetiam ao quanto muitas vezes um homem fica surdo ao que grita dentro de si, por puro temor de se assumir uma posição frente ao desejo que faz corpo.
O crime foi um estupro seguido de morte, brutal, pavoroso. Deixa atrás de si um viúvo cujo desejo é a punição ao criminoso e um oficial intrigado por uma descoberta que nos amedronta a todos: é tênue a linha que separa amor e ódio, devoção e sujeição. Espósito tenta encontrar o culpado e tenta fazer com que seja realmente punido. Nunca soube o que realmente aconteceu, mas através daquilo que se capta com o olhar, tem uma pista. Acredita nela e consegue encontrar o assassino. Mas o custo desse percurso é o drama do filme, drama muito bem contado e amarrado com outros que se fazem paralelos em alguns momentos, e se encontram em outros.
Sobre ir ver o filme, recebi a dica de um amigo, li a sinopse, achei interessante, encontrei boa companhia e fui. O resultado dessa escolha foi mais do que ocupar o resto do meu domingo com boa distração. O resultado foi estar com meus sentidos voltados nele até agora e com certeza durante muito tempo, pensar na beleza que a feiúra do ser humano provoca. Angústia e alívio. Amor e temor. Ser de ambivalência. Muitas vezes, o que nos separa dessa ambivalência, é uma letra. Mas não vou falar mais, se não estrago uma das cenas mais bonitas que já vi.
ficha técnica
título: El Secreto de sus Ojos.
duração: 2h e 07 min.
direção: Juan José Campanella.
roteiro: Eduardo Sacheri e Juan José Campanella baseado no livro de Eduardo Sacheri.
avaliação:
retratos de qualquer época
por
Joyde
26.3.10
Vários livros me fizeram procurar suas adaptações para filmes, como O Exorcista, O Iluminado e Bonequinha de Luxo. O contrário também já aconteceu. Desde que assisti Orgulho e Preconceito, me vi apaixonada pela história de Jane Austen e quis ler o livro homônimo no qual o filme havia sido baseado. Entretanto, quando finalmente resolvi procurá-lo, não o achei na biblioteca... mas achei o Razão e Sentimento. Depois de ler um pocket do Sherlock Holmes (sim, por causa do filme) que também tinha trazido para casa comecei a lê-lo e não conseguia parar mais.
Jane Austen é fascinante. Apesar de escrever romances de época e retratar o cotidiano da Inglaterra de 2 séculos atrás, seus temas são extremamente atuais - afinal, o tempo passa, mas não modifica significativamente as paixões humanas. A linguagem que ela usa é simples, até mesmo coloquial, e dá a impressão de que uma amiga está nos contando a história de uma família conhecida. Dá uma sensação de conforto e familiaridade.
Mas opa, espera, isto não é um blog sobre filmes? Sim, sim. O caso é que desta vez tentei uma experiência diferente: li pedaços do livro intercalando com trechos do filme, Razão e Sensibilidade, de 1996. Nunca tinha feito isso e poderia ter dado com os burros n'água, já que odeio spoilers. Mas deu certo.
O filme é surpreendentemente fiel ao livro em sua maior parte. Diálogos foram reproduzidos na íntegra, assim como as paisagens e locações. Poucas coisas foram mudadas, e o que foi modificado foi, a meu ver, para que o filme não ficasse muito maçante. Afinal, ler que Marianne fazia longos passeios pelos arredores de Barton é algo suportável e até prazeroso, enquanto ver esses passeios poderia se tornar extremamente tedioso.
Acho besteira comparar livros a filmes por serem linguagens totalmente diferentes, assim como acho besteira querer que um seja totalmente fiel ao outro. Evocando o Capitão Óbvio, um filme é um filme e um livro é um livro. Mesmo assim, a minha única ressalva quanto à adaptação foi o final, que me pareceu muito abrupto. Me deu a impressão de que o diretor resmungou "ah, cansei dessa porra" e quis resumir 50 páginas em 5 minutos. Poderia ter se estendido um pouco mais, até porque trazia sutilezas muito bonitas.
Também não gostei muito da escolha da Emma Thompson como protagonista. Não pela atuação, mas por achá-la destoante do restante do elenco, tão apropriado em seus papéis. Sua personagem tinha 25 anos - 12 anos a menos que ela na época - e era descrita de uma forma diversa. Não combina, mas também não chega a interferir no desenrolar do filme em si.
A história é focada na família das Dashwoods: uma recém-viúva e suas três filhas, que receberam uma herança ínfima e pouquíssima ajuda ou simpatia do presunçoso e egoísta enteado/meio-irmão. Elas precisam se mudar de sua propriedade para um chalé (calma, isso acontece nos primeiros 5 minutos do filme, não me xinguem) e aí começam as suas tribulações. Em suma, dois amores, envolvendo as senhoritas Dashwood mais velhas.
Tais senhoritas, interpretadas pela Emma Thompson e Kate Winslet, são a encarnação do título. A mais velha, sensata e ponderada, até mesmo racional, se contrapõe ao espírito espontâneo, passional e ingênuo da irmã e da mãe. Apesar dessa diferença entre as protagonistas, elas se dão muito bem. O foco, na verdade, está sobre as escolhas e julgamentos que fazem sobre as demais pessoas envolvidas na história - e até sobre elas mesmas.
Poderia escrever muito mais sobre o livro e o filme, mas acabaria falando pedaços da história. Só digo que, apesar de parecer tema de mulherzinha romântica, Jane Austen escreveu para quem gosta de observar a natureza humana. Basta ter sensibilidade (e razão - desculpem, não resisti ao trocadilho) para apreciar suas narrativas e paisagens deslumbrantes.
ficha técnica
título: Sense and sensibility
duração: 136 minutos
direção: Ang Lee
roteiro: Emma Thompson
curiosidades: o Hugh Laurie tem um pequeno papel no filme, do Sr. Palmer. Curioso ver como a maioria dos papéis que fez é de um cara mal humorado e aparentemente insensível. Percebam:
avaliação:
Jane Austen é fascinante. Apesar de escrever romances de época e retratar o cotidiano da Inglaterra de 2 séculos atrás, seus temas são extremamente atuais - afinal, o tempo passa, mas não modifica significativamente as paixões humanas. A linguagem que ela usa é simples, até mesmo coloquial, e dá a impressão de que uma amiga está nos contando a história de uma família conhecida. Dá uma sensação de conforto e familiaridade.
Mas opa, espera, isto não é um blog sobre filmes? Sim, sim. O caso é que desta vez tentei uma experiência diferente: li pedaços do livro intercalando com trechos do filme, Razão e Sensibilidade, de 1996. Nunca tinha feito isso e poderia ter dado com os burros n'água, já que odeio spoilers. Mas deu certo.
O filme é surpreendentemente fiel ao livro em sua maior parte. Diálogos foram reproduzidos na íntegra, assim como as paisagens e locações. Poucas coisas foram mudadas, e o que foi modificado foi, a meu ver, para que o filme não ficasse muito maçante. Afinal, ler que Marianne fazia longos passeios pelos arredores de Barton é algo suportável e até prazeroso, enquanto ver esses passeios poderia se tornar extremamente tedioso.
Acho besteira comparar livros a filmes por serem linguagens totalmente diferentes, assim como acho besteira querer que um seja totalmente fiel ao outro. Evocando o Capitão Óbvio, um filme é um filme e um livro é um livro. Mesmo assim, a minha única ressalva quanto à adaptação foi o final, que me pareceu muito abrupto. Me deu a impressão de que o diretor resmungou "ah, cansei dessa porra" e quis resumir 50 páginas em 5 minutos. Poderia ter se estendido um pouco mais, até porque trazia sutilezas muito bonitas.
Também não gostei muito da escolha da Emma Thompson como protagonista. Não pela atuação, mas por achá-la destoante do restante do elenco, tão apropriado em seus papéis. Sua personagem tinha 25 anos - 12 anos a menos que ela na época - e era descrita de uma forma diversa. Não combina, mas também não chega a interferir no desenrolar do filme em si.
A história é focada na família das Dashwoods: uma recém-viúva e suas três filhas, que receberam uma herança ínfima e pouquíssima ajuda ou simpatia do presunçoso e egoísta enteado/meio-irmão. Elas precisam se mudar de sua propriedade para um chalé (calma, isso acontece nos primeiros 5 minutos do filme, não me xinguem) e aí começam as suas tribulações. Em suma, dois amores, envolvendo as senhoritas Dashwood mais velhas.
Tais senhoritas, interpretadas pela Emma Thompson e Kate Winslet, são a encarnação do título. A mais velha, sensata e ponderada, até mesmo racional, se contrapõe ao espírito espontâneo, passional e ingênuo da irmã e da mãe. Apesar dessa diferença entre as protagonistas, elas se dão muito bem. O foco, na verdade, está sobre as escolhas e julgamentos que fazem sobre as demais pessoas envolvidas na história - e até sobre elas mesmas.
Poderia escrever muito mais sobre o livro e o filme, mas acabaria falando pedaços da história. Só digo que, apesar de parecer tema de mulherzinha romântica, Jane Austen escreveu para quem gosta de observar a natureza humana. Basta ter sensibilidade (e razão - desculpem, não resisti ao trocadilho) para apreciar suas narrativas e paisagens deslumbrantes.
ficha técnica
título: Sense and sensibility
duração: 136 minutos
direção: Ang Lee
roteiro: Emma Thompson
curiosidades: o Hugh Laurie tem um pequeno papel no filme, do Sr. Palmer. Curioso ver como a maioria dos papéis que fez é de um cara mal humorado e aparentemente insensível. Percebam:
avaliação:
the one and the only king.
por
Amanda
25.3.10
um garçom mexicano, uma cantora alcoolatra em decadência e seu marido frustrado, um milionário depressivo e sua esposa terna e superficial, um gerente de cozinha preconceituoso, um viúvo solitário, dois jovens experimentando lsd pela primeira vez, um casal que mal se conhece e se casa - pra ele fugir do vietnã, um marido infiel, uma telefonista, uma repórter tchecoslovaca, uma cabeleireira, uma garçonete que sonha em ser atriz, um chef que um dia foi idealista, um traficante hippie, um rapaz negro cheio de esperança pela igualdade no seu país...
o que todos eles tem em comum? todos estavam no Ambassador Hotel, em los angeles, no dia 4 de junho de 1968.
essa é apenas uma das magias do filme bobby. o título é em homenagem a robert f. kennedy, mas essencial são as histórias de seus 22 personagens que estão no hotel, seja trabalhando ou não.
o pano de fundo é a candidatura do então senador de nova york - daí aqui eu pauso porque não entendo muito bem as eleições americanas. a movimentação dos voluntários, as comemorações e todo o bafafá em cima de bob faz parecer uma eleição "de verdade" à presidência.
todos esperam, ansiosamente, a festa do resultados das eleições primárias e o discurso daquele que trazia a esperança de um país melhor. um mundo melhor, talvez.
com um roteiro impecável, o filme encanta também pelo elenco: anthony hopkins, heather graham, elijah wood, laurence fishburne, helen hunt, martin sheen, joshua jackson, christian slater, sharon stone, demi moore, lindsay lohan, ashton kutcher... e por aí vai. e acreditem, a competencia de cada um é absurda (inclusive pros dois últimos citados, hah).
a direção ficou por conta de emilio estevez e merece cinco estrelinhas douradas por um fato curioso: bobby aparece no filme, discursa, e tudo mais. não foi usado nenhum ator parecido com ele, e sim imagens reais de arquivos da imprensa e - talvez - até pessoal. cenas dele com cidadãos americanos, e não aqueles bonitos e loiros, mas sim os marginalizados e declarações apaixonadas pela sua imagem, seu discurso, suas idéias. bobby kennedy era idolatrado por toda a nação.
não seria spoiler dizer que, depois do discurso emocionante, um lunático se poe a sua frente e dispara várias vezes contra ele, e contra algumas centenas de pessoas a sua volta. bobby morreu no dia seguinte, deixando 10 filhos, a esposa grávida do 11º e o sonho do futuro mais justo, mais firme, mais humano.
é de fazer chorar? talvez.
toda a aura pacifista do senador é exaltada mais ainda, nos útlimos 40 minutos de filme. entre cenas da guerra, da população, algumas frases de seus discursos, um desfecho prematuro pras histórias dos personagens "secundários" do filme. tudo isso embalado ao som de sounds of silence de simon & garfunkel (e vamos combinar, pra mim até cenas de um parto normal fica lindo, poético, melancólico ao som de sounds of silence).
talvez a vida de alguns personagens não tenham mudado com o ocorrido naquela noite, mas é visível a sede e a ansiedade de cada um por um pedaço de felicidade, esperança e justiça em meio ao caos.
seja esse caos o mundo ao redor.
ou o mundo dentro de si mesmo.
-- (trailer)
ficha técnica
título: Bobby
duração: 120 minutos
direção: emilio estevez
roteiro: emilio estevez
curiosidades: naquela noite - pelas minhas contas, além de robert kennedy, mais cinco pessoas são baleadas. todas sobreviveram.
avaliação:
o que todos eles tem em comum? todos estavam no Ambassador Hotel, em los angeles, no dia 4 de junho de 1968.
essa é apenas uma das magias do filme bobby. o título é em homenagem a robert f. kennedy, mas essencial são as histórias de seus 22 personagens que estão no hotel, seja trabalhando ou não.
o pano de fundo é a candidatura do então senador de nova york - daí aqui eu pauso porque não entendo muito bem as eleições americanas. a movimentação dos voluntários, as comemorações e todo o bafafá em cima de bob faz parecer uma eleição "de verdade" à presidência.
todos esperam, ansiosamente, a festa do resultados das eleições primárias e o discurso daquele que trazia a esperança de um país melhor. um mundo melhor, talvez.
com um roteiro impecável, o filme encanta também pelo elenco: anthony hopkins, heather graham, elijah wood, laurence fishburne, helen hunt, martin sheen, joshua jackson, christian slater, sharon stone, demi moore, lindsay lohan, ashton kutcher... e por aí vai. e acreditem, a competencia de cada um é absurda (inclusive pros dois últimos citados, hah).
a direção ficou por conta de emilio estevez e merece cinco estrelinhas douradas por um fato curioso: bobby aparece no filme, discursa, e tudo mais. não foi usado nenhum ator parecido com ele, e sim imagens reais de arquivos da imprensa e - talvez - até pessoal. cenas dele com cidadãos americanos, e não aqueles bonitos e loiros, mas sim os marginalizados e declarações apaixonadas pela sua imagem, seu discurso, suas idéias. bobby kennedy era idolatrado por toda a nação.
não seria spoiler dizer que, depois do discurso emocionante, um lunático se poe a sua frente e dispara várias vezes contra ele, e contra algumas centenas de pessoas a sua volta. bobby morreu no dia seguinte, deixando 10 filhos, a esposa grávida do 11º e o sonho do futuro mais justo, mais firme, mais humano.
é de fazer chorar? talvez.
toda a aura pacifista do senador é exaltada mais ainda, nos útlimos 40 minutos de filme. entre cenas da guerra, da população, algumas frases de seus discursos, um desfecho prematuro pras histórias dos personagens "secundários" do filme. tudo isso embalado ao som de sounds of silence de simon & garfunkel (e vamos combinar, pra mim até cenas de um parto normal fica lindo, poético, melancólico ao som de sounds of silence).
talvez a vida de alguns personagens não tenham mudado com o ocorrido naquela noite, mas é visível a sede e a ansiedade de cada um por um pedaço de felicidade, esperança e justiça em meio ao caos.
seja esse caos o mundo ao redor.
ou o mundo dentro de si mesmo.
-- (trailer)
ficha técnica
título: Bobby
duração: 120 minutos
direção: emilio estevez
roteiro: emilio estevez
curiosidades: naquela noite - pelas minhas contas, além de robert kennedy, mais cinco pessoas são baleadas. todas sobreviveram.
avaliação:
dia sandra bullock
por
Joyde
20.3.10
Pois então, coincidentemente alguns dos últimos filmes que assisti foram com a Sandra Bullock de protagonista. Vamos a eles sem delongas.
O primeiro visto foi Um Sonho Possível (sério, quem traduz os títulos dos filmes?! pelamor... morte longa e dolorosa a quem quer que seja). O vi já tem uns bons dias, mas na correria do mestrado acabei adiando o post. E ele é bom, bom mesmo (o filme, não meu post capenga, heh).
A história já é velha conhecida nossa: um adolescente problemático e maltratado pela vida é adotado por uma família rica e ganha uma porção de oportunidades para florescer. É isso. E poderia ser apenas isso, se não fosse o roteiro bem construído e a atuação primorosa da Sandra Bullock. Vale dizer também que é baseada em fatos reais - o que só fui saber quando o filme já havia acabado.
O grande mérito do filme, como disse, é o roteiro/direção. A história poderia facilmente descambar pro piegas, pro previsível, pro sensacionalista, mas em nenhum momento senti algo parecido. Tudo foi retratado com dignidade, sem ser apelativo ou provocar lágrimas amarguradas. É uma história bonita e que foi explorada não para ser um exemplo de vitória ou sofrimento, mas para mostrar que ainda existe uma beleza terrena e simples nos seres humanos. E que alguns ainda valem a pena.
A propósito, como vocês devem saber, a sra. Bullock ganhou o Oscar pela sua atuação nesse filme. Não assisti a todos os outros que concorreram pra poder opinar, mas digo que ela realmente estava excelente nesse trabalho.
ficha técnica
título: The Blind Side
duração: 129 min
direção: John Lee Hancock
roteiro: John Lee Hancock, baseado em livro de Michael Lewis
curiosidades: trailer
avaliação:
O primeiro visto foi Um Sonho Possível (sério, quem traduz os títulos dos filmes?! pelamor... morte longa e dolorosa a quem quer que seja). O vi já tem uns bons dias, mas na correria do mestrado acabei adiando o post. E ele é bom, bom mesmo (o filme, não meu post capenga, heh).
A história já é velha conhecida nossa: um adolescente problemático e maltratado pela vida é adotado por uma família rica e ganha uma porção de oportunidades para florescer. É isso. E poderia ser apenas isso, se não fosse o roteiro bem construído e a atuação primorosa da Sandra Bullock. Vale dizer também que é baseada em fatos reais - o que só fui saber quando o filme já havia acabado.
O grande mérito do filme, como disse, é o roteiro/direção. A história poderia facilmente descambar pro piegas, pro previsível, pro sensacionalista, mas em nenhum momento senti algo parecido. Tudo foi retratado com dignidade, sem ser apelativo ou provocar lágrimas amarguradas. É uma história bonita e que foi explorada não para ser um exemplo de vitória ou sofrimento, mas para mostrar que ainda existe uma beleza terrena e simples nos seres humanos. E que alguns ainda valem a pena.
A propósito, como vocês devem saber, a sra. Bullock ganhou o Oscar pela sua atuação nesse filme. Não assisti a todos os outros que concorreram pra poder opinar, mas digo que ela realmente estava excelente nesse trabalho.
ficha técnica
título: The Blind Side
duração: 129 min
direção: John Lee Hancock
roteiro: John Lee Hancock, baseado em livro de Michael Lewis
curiosidades: trailer
avaliação:
O segundo filme eu vi hoje, A Casa do Lago. Ele foi lançado em 2006, o que significa que há quatro anos achava a premissa do filme tão estúpida que nem o delícia do Keanu Reeves me animava a assisti-lo. O caso é que hoje bateu curiosidade e resolvi ver.
A premissa é a seguinte: duas pessoas (Keanu e Sandra) trocam cartas "magicamente", enquanto uma está no passado e outra 2 anos à frente, no presente. Obviamente, elas se apaixonam e vivem as dificuldades desse relacionamento inusitado.
Apesar dos furos do roteiro, o filme não é tão besta quanto parece. Acabaram construindo a história de uma forma bonita, remetendo ao Persuasão, da Jane Austen. A espera por alguém que amamos, a dúvida sobre a espera valer a pena ou não, a solidão, etc. Acabou sendo interessante e bacana.
E eu até iria falar dos furos que percebi no roteiro, mas não quero soltar spoilers. Vejam e compartilhem nos comentários, se quiserem!
ficha técnica
título: The Lake House
duração: 99 min
direção: Alejandro Agresti
roteiro: David Auburn
curiosidades: trailer
avaliação:
Amor sem escalas
por
Ge
17.3.10
Não sei porquê, mas "Amor sem escalas" não me chamou a atenção. Acho que incomodava a sensação de que o George Clooney está velho demais para comédias românticas, só que eu nem sabia sobre o que era o filme, e supus que se tratasse desse gênero. Pensei que eu nada perderia se esperasse algum tempo para o filme passar no telecine ou, na pior (bem pior) das hipóteses, na tela quente.
Pois bem, mas é preciso lembrar que eu moro numa cidade tediosa e, por mais que eu adore ir ao cinema, às vezes vou simplesmente porque a opção seria ficar em casa fazendo nada. Não vou dizer que o filme me fez repensar a birra inicial, mas é bacana, não uma comédia romântica, mas dramática, mostrando um sujeito que passa a vida se defendendo dos relacionamentos, criando racionalizações que se transformam, inclusive, no ganha pão dele.
O filme conta a história de um cara, Ryan (George Clooney, banal seria dizer o quanto ele está charmoso), funcionário exemplar numa empresa que demite pessoas por todo o país, o que significa que ele passa 250 dias por ano viajando e adora isso e também todos os cartões de cliente preferencial. O Ryan gosta de dormir em hotéis, não tem relacionamento próximo com a família e faz palestras sobre o quanto relacionamentos deixam nossa "mochila" pesada e nos fazem andar mais lentamente em busca dos nossos objetivos.
Tudo vai bem até ele conhecer a Natalie (Anna Kendrick), nova colega de trabalho. Eles pensam diferente tanto na forma mais adequada de demitir pessoas (ela sugere uma forma mais econômica), como nas questões relacionadas ao peso da mochila da vida. Nesse meio tempo ele se envolve com outra viajante durante as viagens de um e de outro. O filme não gira tanto em torno desse relacionamento, mas na mudança de perspectiva que tanto o Ryan quanto a Natalie passam.
Me fez pensar sobre as defesas com que a gente se agarra para poder sobreviver às rasteiras que a vida dá. Logicamente, quando a gente se relaciona, a probabilidade delas acontecerem, aumenta. E a escolha acaba sendo sempre essa, né? É melhor ter uma vida segura, arquitetada e planejada, sem grandes emoções, mas livre de sofrimento, ou é se jogar de cabeça? Tem como achar meio termo no que diz respeito a relacionamentos com os outros, esses seres estranhos e imprevisíveis?
PS: Coloquei a imagem porque achei engraçada a parte em que ele tira fotos com o pôster da irmã e do noivo dela, a l'Amélie Poulain.
ficha técnica
título: Amor sem escalas (Up in the air).
duração: 109 min.
direção: Jason Reitman.
roteiro: Sheldon Turner e Jason Reitman, baseado em livro de Walter Kim.
curiosidades: O filme conta pra gente que quem acumular um número x de milhas pela American Airlines tem seu nome gravado num avião, legal, néam?
avaliação:
uma rodada de água com açúcar pra galëre!
por
Joyde
6.3.10
Nos últimos dias assisti a duas comédias românticas. Apesar de gostar do gênero, já tinha desanimado com ele há uns tempos: as histórias andam repetitivas e/ou forçadas demais ultimamente.
O primeiro visto foi o Idas e Vindas do Amor. Desde que vi o trailer fiquei louca pra que o filme fosse lançado logo. Por quê? Perceba o elenco: Jessica Alba, Kathy Bates, Jessica Biel, Eric Dane, Patrick Dempsey, Hector Elizondo, Jamie Foxx, Jennifer Garner, Anne Hathaway, Ashton Kutcher, Queen Latifah, Taylor Lautner, Julia Roberts, Taylor Swift. Tá, grandes merda pra alguns desses nomes, mas é algo que impressiona, não? Sem contar que o diretor do filme é o mesmo de Uma Linda Mulher, o Gary Marshall.
Com esse time de feras (/Faustão) era de se esperar um grande filme também. Pelo trailer imaginava que seria um Simplesmente Amor na versão americana - o considero um dos melhores filmes românticos que já vi, delicado, simpático e cheio magia sem precisar de um Harry Potter. Talvez por ter colocado tantas expectativas em cima dele, me decepcionei. Bastante até.
O filme não é ruim, não me entendam mal. Ele tem todos os ingredientes daquela velha receita pra agradar a gregos e troianos - bom humor, drama, aquela coisa que já conhecemos desde o tempo do Tom Hanks querendo ser grande. Mas, pra mim, faltou alguma coisa que não sei precisar bem o que é. Química, talvez. Como o Moisés disse no post anterior, parece que tentaram demais que o negócio todo fosse atraente e resultou em algo... sem sal.
Não contei até agora sobre a história porque são várias, conectadas entre si de alguma forma. A história do romântico apaixonado, do cara que sai do armário, da workaholic solitária, da moça que se descobre amante... aqueles clichês amorosos, todos ocorridos no Dia dos Namorados. Ironicamente, a única cena que me emocionou foi também a única que não tinha a ver com romance.
Não me chamem de frígida. É um bom filme pra uma tarde ociosa.
ficha técnica
título: Idas e Vindas do Amor (Valentine's Day)
duração: 125 min
direção: Gary Marshall
roteiro: Abby Kohn, Mark Silverstein
curiosidades: a maioria das pessoas parece não concordar com a minha crítica. O filme estreou em primeiro lugar nos EUA e ao longo de um fim de semana arrecadou R$ 104,82 milhões.
avaliação:
O segundo filme eu acabei de assistir, o Três Vezes Amor. Depois da experiência com o anterior, comecei a vê-lo sem grandes expectativas, apesar de ter simpatizado com a sinopse e nunca ter ouvido falar dele até uns 3 dias atrás. É uma realização da Working Title, a qual já produziu filmes como O Diário de Bridget Jones e... Simplesmente amor. E eu gostei de vê-lo, mesmo não estando no mesmo nível que esses outros dois.
A história trata de um cara lá pelos seus 30 e poucos anos (Ryan Reynolds) em vias de separação e que tem uma filha, a fofa que fez Pequena Miss Sunshine, Abigail Breslin. Numa bela noite ela pede que seu pai conte como ele e sua mãe se conheceram (quem não fez isso?), e ele resolve fazer diferente: conta a sua história amorosa com 3 mulheres importantes, dando-lhe pseudônimos para que, no fim, a filha tentasse descobrir qual delas era sua mãe.
Entre milhares de idas e vindas da história, o que me chamou a atenção foram duas coisas. A primeira é que elas são mais realistas, poderiam ter acontecido com qualquer um de nós. Não há Can't Take My Eyes Of Off You cantadas em estádios ou cenas em aeroportos, apenas a vida cotidiana. A segunda é que o contexto das situações também é relevante e acompanha a evolução dos personagens, especialmente o principal.
É interessante. Me arrancou risadas, mas não me emocionou de fato. É simpático. E bem menos pretensioso que o anterior, o que resultou ser bem positivo.
O primeiro visto foi o Idas e Vindas do Amor. Desde que vi o trailer fiquei louca pra que o filme fosse lançado logo. Por quê? Perceba o elenco: Jessica Alba, Kathy Bates, Jessica Biel, Eric Dane, Patrick Dempsey, Hector Elizondo, Jamie Foxx, Jennifer Garner, Anne Hathaway, Ashton Kutcher, Queen Latifah, Taylor Lautner, Julia Roberts, Taylor Swift. Tá, grandes merda pra alguns desses nomes, mas é algo que impressiona, não? Sem contar que o diretor do filme é o mesmo de Uma Linda Mulher, o Gary Marshall.
Com esse time de feras (/Faustão) era de se esperar um grande filme também. Pelo trailer imaginava que seria um Simplesmente Amor na versão americana - o considero um dos melhores filmes românticos que já vi, delicado, simpático e cheio magia sem precisar de um Harry Potter. Talvez por ter colocado tantas expectativas em cima dele, me decepcionei. Bastante até.
O filme não é ruim, não me entendam mal. Ele tem todos os ingredientes daquela velha receita pra agradar a gregos e troianos - bom humor, drama, aquela coisa que já conhecemos desde o tempo do Tom Hanks querendo ser grande. Mas, pra mim, faltou alguma coisa que não sei precisar bem o que é. Química, talvez. Como o Moisés disse no post anterior, parece que tentaram demais que o negócio todo fosse atraente e resultou em algo... sem sal.
Não contei até agora sobre a história porque são várias, conectadas entre si de alguma forma. A história do romântico apaixonado, do cara que sai do armário, da workaholic solitária, da moça que se descobre amante... aqueles clichês amorosos, todos ocorridos no Dia dos Namorados. Ironicamente, a única cena que me emocionou foi também a única que não tinha a ver com romance.
Não me chamem de frígida. É um bom filme pra uma tarde ociosa.
ficha técnica
título: Idas e Vindas do Amor (Valentine's Day)
duração: 125 min
direção: Gary Marshall
roteiro: Abby Kohn, Mark Silverstein
curiosidades: a maioria das pessoas parece não concordar com a minha crítica. O filme estreou em primeiro lugar nos EUA e ao longo de um fim de semana arrecadou R$ 104,82 milhões.
avaliação:
O segundo filme eu acabei de assistir, o Três Vezes Amor. Depois da experiência com o anterior, comecei a vê-lo sem grandes expectativas, apesar de ter simpatizado com a sinopse e nunca ter ouvido falar dele até uns 3 dias atrás. É uma realização da Working Title, a qual já produziu filmes como O Diário de Bridget Jones e... Simplesmente amor. E eu gostei de vê-lo, mesmo não estando no mesmo nível que esses outros dois.
A história trata de um cara lá pelos seus 30 e poucos anos (Ryan Reynolds) em vias de separação e que tem uma filha, a fofa que fez Pequena Miss Sunshine, Abigail Breslin. Numa bela noite ela pede que seu pai conte como ele e sua mãe se conheceram (quem não fez isso?), e ele resolve fazer diferente: conta a sua história amorosa com 3 mulheres importantes, dando-lhe pseudônimos para que, no fim, a filha tentasse descobrir qual delas era sua mãe.
Entre milhares de idas e vindas da história, o que me chamou a atenção foram duas coisas. A primeira é que elas são mais realistas, poderiam ter acontecido com qualquer um de nós. Não há Can't Take My Eyes Of Off You cantadas em estádios ou cenas em aeroportos, apenas a vida cotidiana. A segunda é que o contexto das situações também é relevante e acompanha a evolução dos personagens, especialmente o principal.
É interessante. Me arrancou risadas, mas não me emocionou de fato. É simpático. E bem menos pretensioso que o anterior, o que resultou ser bem positivo.
ficha técnica
título: Três Vezes Amor (Definitely, Maybe)
duração: 112 min
direção: Adam Brooks
roteiro: Adam Brooks
curiosidades: o trailer do filme é um dos mais chamativos que já vi
avaliação:
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