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críticas de filmes por pessoas que simplesmente gostam de filmes, oras!

the one and the only king.


um garçom mexicano, uma cantora alcoolatra em decadência e seu marido frustrado, um milionário depressivo e sua esposa terna e superficial, um gerente de cozinha preconceituoso, um viúvo solitário, dois jovens experimentando lsd pela primeira vez, um casal que mal se conhece e se casa - pra ele fugir do vietnã, um marido infiel, uma telefonista, uma repórter tchecoslovaca, uma cabeleireira, uma garçonete que sonha em ser atriz, um chef que um dia foi idealista, um traficante hippie, um rapaz negro cheio de esperança pela igualdade no seu país...
o que todos eles tem em comum? todos estavam no Ambassador Hotel, em los angeles, no dia 4 de junho de 1968.

essa é apenas uma das magias do filme bobby. o título é em homenagem a robert f. kennedy, mas essencial são as histórias de seus 22 personagens que estão no hotel, seja trabalhando ou não.
o pano de fundo é a candidatura do então senador de nova york - daí aqui eu pauso porque não entendo muito bem as eleições americanas. a movimentação dos voluntários, as comemorações e todo o bafafá em cima de bob faz parecer uma eleição "de verdade" à presidência.
todos esperam, ansiosamente, a festa do resultados das eleições primárias e o discurso daquele que trazia a esperança de um país melhor. um mundo melhor, talvez.

com um roteiro impecável, o filme encanta também pelo elenco: anthony hopkins, heather graham, elijah wood, laurence fishburne, helen hunt, martin sheen, joshua jackson, christian slater, sharon stone, demi moore, lindsay lohan, ashton kutcher... e por aí vai. e acreditem, a competencia de cada um é absurda (inclusive pros dois últimos citados, hah).
a direção ficou por conta de emilio estevez e merece cinco estrelinhas douradas por um fato curioso: bobby aparece no filme, discursa, e tudo mais. não foi usado nenhum ator parecido com ele, e sim imagens reais de arquivos da imprensa e - talvez - até pessoal. cenas dele com cidadãos americanos, e não aqueles bonitos e loiros, mas sim os marginalizados e declarações apaixonadas pela sua imagem, seu discurso, suas idéias. bobby kennedy era idolatrado por toda a nação.

não seria spoiler dizer que, depois do discurso emocionante, um lunático se poe a sua frente e dispara várias vezes contra ele, e contra algumas centenas de pessoas a sua volta. bobby morreu no dia seguinte, deixando 10 filhos, a esposa grávida do 11º e o sonho do futuro mais justo, mais firme, mais humano.

é de fazer chorar? talvez.
toda a aura pacifista do senador é exaltada mais ainda, nos útlimos 40 minutos de filme. entre cenas da guerra, da população, algumas frases de seus discursos, um desfecho prematuro pras histórias dos personagens "secundários" do filme. tudo isso embalado ao som de sounds of silence de simon & garfunkel (e vamos combinar, pra mim até cenas de um parto normal fica lindo, poético, melancólico ao som de sounds of silence).

talvez a vida de alguns personagens não tenham mudado com o ocorrido naquela noite, mas é visível a sede e a ansiedade de cada um por um pedaço de felicidade, esperança e justiça em meio ao caos.
seja esse caos o mundo ao redor.
ou o mundo dentro de si mesmo.

-- (trailer)


ficha técnica
título: Bobby
duração: 120 minutos
direção: emilio estevez
roteiro: emilio estevez
curiosidades: naquela noite - pelas minhas contas, além de robert kennedy, mais cinco pessoas são baleadas. todas sobreviveram.

avaliação:
 
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