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críticas de filmes por pessoas que simplesmente gostam de filmes, oras!

Bonequinha de Luxo


Creio que não tenho nenhum "filme da minha vida". Há vários e vários deles de que gosto muito, mas nenhum que eu possa dizer que é O filme. Então, escolhi um que me marcou bastante e com o qual me identifico demais nas entrelinhas: o Bonequinha de Luxo.



Conheci a história por acaso, quando resolvi comprar o livro do Truman Capote em que foi baseado. Me apaixonei. E embora a versão hollywoodiana não seja tão fiel assim ao livro (afinal, era preciso ser adequado à Audrey Hepburn e ter um final feliz), o filme é bárbaro.

A história gira em torno de dois personagens, Holly Golightly e Paul Varjak. Mas o enredo em si, pra mim, é o que menos importa no filme. Ele é previsível e bobinho, extremamente água com açúcar a la anos 60. O que gosto, o que realmente me fascina em Bonequinha de Luxo, são os personagens.

Paul (George Peppard) é um escritor fracassado que vive às custas da amante casada. É (pretensamente) bonitão e meio desajeitado, bem ao estilo estadunidense. Loser. E obviamente se apaixona pela Holly (eu disse que era previsível, não disse?).

Já a Holly, ah!, é uma belezura. Era uma menina da roça, que fugiu do marido 350 anos mais velho pra tentar uma vida mais glamourosa em New York. Lá ela seduzia homens pra conseguir presentes e o luxo de que tanto gostava. A chamaram de garota de programa por aí, mas não considero exatamente assim.

Apesar de fútil, tinha crises de depressão. E quando aconteciam, o que melhorava o seu ânimo era ir à Tiffany's pra ver pessoas distintas, objetos de desejo e se sentir em casa. Era tudo o que queria: encontrar seu lugar. Por isso tinha raros móveis em casa e não dava nome ao seu gato; não pertenciam um ao outro.

E assim ela seguia seus dias. Com lembranças do irmão querido, sonhos de uma vida melhor, milhares de festas, analgésicos e bebidas sem que nada disso a preenchesse. E aí é claro que ela se apaixona pelo Paul e blablabla. Vocês podem imaginar.

Pra mim a Holly é um dos melhores personagens do (pouco) cinema que já vi. Cativante, aparentemente superficial e com um mundo de desgostos por baixo. É lindo demais.


ficha técnica
título: Breakfast at Tiffany's (1961)
duração: 115 minutos
direção: Blake Edwards
roteiro: George Axelrod, baseado em livro homônimo de Truman Capote
curiosidades:
- Marylin Monroe foi cotada pra interpretar Holly.
- a belíssima música Moon River, tema do filme, foi composta especialmente para a Audrey Hepburn por Henry Mancini. Para ouvir:

avaliação:
 
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