C.R.A.Z.Y. é um filme canadense, que tem sua história iniciada na Quebec da década de 60. Década de 60 - o que te vem à cabeça primeiro? Estampa de bolinhas? Laquê? Milkshakes? Golpe militar? A música? Pra mim, indubitavelmente é a última opção. E é aí que começa a beleza desse filme.
Ele foi pouco divulgado justamente por ter gastado horrores com a trilha sonora. Não sei a quantia exata, mas tente imaginar quanto custaria ter Space Oddity, Sympathy For The Devil, Shine On You Crazy Diamond e outras músicas desse naipe no seu filme independente. Han?
O melhor disso tudo é que não foi mero capricho do diretor. Não, não. Todas as faixas se misturam com a história, têm um significado maior que simplesmente afastar o silêncio das cenas. Ah, que lindeza.
A história? É novelesca, me lembrou o estilo Dickens (por contar a trajetória do nascimento aos 20 e poucos anos do personagem principal). Conflitos de família, de sexualidade, de gerações, todos explorados de uma maneira agradável e, às vezes, simbólica. Com bom gosto, eu diria. Imagens bonitas, significativas.
Não vou adiantar o enredo, e muito menos uma das minhas curiosidades principais: por que o filme se chama C.R.A.Z.Y., em vez de simplesmente Crazy? Você teria que assistir literalmente até o último segundo pra saber. E quase garanto (nunca se sabe, né) que você não se arrependeria por isso. É bom mesmo.
ficha técnica
título: C.R.A.Z.Y. (2005)
duração: 127 minutos
direção: Jean-Marc Vallée
roteiro: Jean-Marc Vallée e François Boulay
curiosidade: atenção a alguns dos artistas contidos na trilha sonora -> Patsy Cline, Charles Aznavour, Pink Floyd, David Bowie, The Rolling Stones, Jefferson Airplane, Elvis Presley, The Cure.
avaliação: