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críticas de filmes por pessoas que simplesmente gostam de filmes, oras!

retratos de qualquer época


Vários livros me fizeram procurar suas adaptações para filmes, como O Exorcista, O Iluminado e Bonequinha de Luxo. O contrário também já aconteceu. Desde que assisti Orgulho e Preconceito, me vi apaixonada pela história de Jane Austen e quis ler o livro homônimo no qual o filme havia sido baseado. Entretanto, quando finalmente resolvi procurá-lo, não o achei na biblioteca... mas achei o Razão e Sentimento. Depois de ler um pocket do Sherlock Holmes (sim, por causa do filme) que também tinha trazido para casa comecei a lê-lo e não conseguia parar mais.

Jane Austen é fascinante. Apesar de escrever romances de época e retratar o cotidiano da Inglaterra de 2 séculos atrás, seus temas são extremamente atuais - afinal, o tempo passa, mas não modifica significativamente as paixões humanas. A linguagem que ela usa é simples, até mesmo coloquial, e dá a impressão de que uma amiga está nos contando a história de uma família conhecida. Dá uma sensação de conforto e familiaridade.

Mas opa, espera, isto não é um blog sobre filmes? Sim, sim. O caso é que desta vez tentei uma experiência diferente: li pedaços do livro intercalando com trechos do filme, Razão e Sensibilidade, de 1996. Nunca tinha feito isso e poderia ter dado com os burros n'água, já que odeio spoilers. Mas deu certo.

O filme é surpreendentemente fiel ao livro em sua maior parte. Diálogos foram reproduzidos na íntegra, assim como as paisagens e locações. Poucas coisas foram mudadas, e o que foi modificado foi, a meu ver, para que o filme não ficasse muito maçante. Afinal, ler que Marianne fazia longos passeios pelos arredores de Barton é algo suportável e até prazeroso, enquanto ver esses passeios poderia se tornar extremamente tedioso.

Acho besteira comparar livros a filmes por serem linguagens totalmente diferentes, assim como acho besteira querer que um seja totalmente fiel ao outro. Evocando o Capitão Óbvio, um filme é um filme e um livro é um livro. Mesmo assim, a minha única ressalva quanto à adaptação foi o final, que me pareceu muito abrupto. Me deu a impressão de que o diretor resmungou "ah, cansei dessa porra" e quis resumir 50 páginas em 5 minutos. Poderia ter se estendido um pouco mais, até porque trazia sutilezas muito bonitas.

Também não gostei muito da escolha da Emma Thompson como protagonista. Não pela atuação, mas por achá-la destoante do restante do elenco, tão apropriado em seus papéis. Sua personagem tinha 25 anos - 12 anos a menos que ela na época - e era descrita de uma forma diversa. Não combina, mas também não chega a interferir no desenrolar do filme em si.

A história é focada na família das Dashwoods: uma recém-viúva e suas três filhas, que receberam uma herança ínfima e pouquíssima ajuda ou simpatia do presunçoso e egoísta enteado/meio-irmão. Elas precisam se mudar de sua propriedade para um chalé (calma, isso acontece nos primeiros 5 minutos do filme, não me xinguem) e aí começam as suas tribulações. Em suma, dois amores, envolvendo as senhoritas Dashwood mais velhas.

Tais senhoritas, interpretadas pela Emma Thompson e Kate Winslet, são a encarnação do título. A mais velha, sensata e ponderada, até mesmo racional, se contrapõe ao espírito espontâneo, passional e ingênuo da irmã e da mãe. Apesar dessa diferença entre as protagonistas, elas se dão muito bem. O foco, na verdade, está sobre as escolhas e julgamentos que fazem sobre as demais pessoas envolvidas na história - e até sobre elas mesmas.

Poderia escrever muito mais sobre o livro e o filme, mas acabaria falando pedaços da história. Só digo que, apesar de parecer tema de mulherzinha romântica, Jane Austen escreveu para quem gosta de observar a natureza humana. Basta ter sensibilidade (e razão - desculpem, não resisti ao trocadilho) para apreciar suas narrativas e paisagens deslumbrantes.

ficha técnica
título: Sense and sensibility
duração: 136 minutos
direção: Ang Lee
roteiro: Emma Thompson
curiosidades: o Hugh Laurie tem um pequeno papel no filme, do Sr. Palmer. Curioso ver como a maioria dos papéis que fez é de um cara mal humorado e aparentemente insensível. Percebam:


avaliação:

the one and the only king.


um garçom mexicano, uma cantora alcoolatra em decadência e seu marido frustrado, um milionário depressivo e sua esposa terna e superficial, um gerente de cozinha preconceituoso, um viúvo solitário, dois jovens experimentando lsd pela primeira vez, um casal que mal se conhece e se casa - pra ele fugir do vietnã, um marido infiel, uma telefonista, uma repórter tchecoslovaca, uma cabeleireira, uma garçonete que sonha em ser atriz, um chef que um dia foi idealista, um traficante hippie, um rapaz negro cheio de esperança pela igualdade no seu país...
o que todos eles tem em comum? todos estavam no Ambassador Hotel, em los angeles, no dia 4 de junho de 1968.

essa é apenas uma das magias do filme bobby. o título é em homenagem a robert f. kennedy, mas essencial são as histórias de seus 22 personagens que estão no hotel, seja trabalhando ou não.
o pano de fundo é a candidatura do então senador de nova york - daí aqui eu pauso porque não entendo muito bem as eleições americanas. a movimentação dos voluntários, as comemorações e todo o bafafá em cima de bob faz parecer uma eleição "de verdade" à presidência.
todos esperam, ansiosamente, a festa do resultados das eleições primárias e o discurso daquele que trazia a esperança de um país melhor. um mundo melhor, talvez.

com um roteiro impecável, o filme encanta também pelo elenco: anthony hopkins, heather graham, elijah wood, laurence fishburne, helen hunt, martin sheen, joshua jackson, christian slater, sharon stone, demi moore, lindsay lohan, ashton kutcher... e por aí vai. e acreditem, a competencia de cada um é absurda (inclusive pros dois últimos citados, hah).
a direção ficou por conta de emilio estevez e merece cinco estrelinhas douradas por um fato curioso: bobby aparece no filme, discursa, e tudo mais. não foi usado nenhum ator parecido com ele, e sim imagens reais de arquivos da imprensa e - talvez - até pessoal. cenas dele com cidadãos americanos, e não aqueles bonitos e loiros, mas sim os marginalizados e declarações apaixonadas pela sua imagem, seu discurso, suas idéias. bobby kennedy era idolatrado por toda a nação.

não seria spoiler dizer que, depois do discurso emocionante, um lunático se poe a sua frente e dispara várias vezes contra ele, e contra algumas centenas de pessoas a sua volta. bobby morreu no dia seguinte, deixando 10 filhos, a esposa grávida do 11º e o sonho do futuro mais justo, mais firme, mais humano.

é de fazer chorar? talvez.
toda a aura pacifista do senador é exaltada mais ainda, nos útlimos 40 minutos de filme. entre cenas da guerra, da população, algumas frases de seus discursos, um desfecho prematuro pras histórias dos personagens "secundários" do filme. tudo isso embalado ao som de sounds of silence de simon & garfunkel (e vamos combinar, pra mim até cenas de um parto normal fica lindo, poético, melancólico ao som de sounds of silence).

talvez a vida de alguns personagens não tenham mudado com o ocorrido naquela noite, mas é visível a sede e a ansiedade de cada um por um pedaço de felicidade, esperança e justiça em meio ao caos.
seja esse caos o mundo ao redor.
ou o mundo dentro de si mesmo.

-- (trailer)


ficha técnica
título: Bobby
duração: 120 minutos
direção: emilio estevez
roteiro: emilio estevez
curiosidades: naquela noite - pelas minhas contas, além de robert kennedy, mais cinco pessoas são baleadas. todas sobreviveram.

avaliação:

dia sandra bullock


Pois então, coincidentemente alguns dos últimos filmes que assisti foram com a Sandra Bullock de protagonista. Vamos a eles sem delongas.

O primeiro visto foi Um Sonho Possível (sério, quem traduz os títulos dos filmes?! pelamor... morte longa e dolorosa a quem quer que seja). O vi já tem uns bons dias, mas na correria do mestrado acabei adiando o post. E ele é bom, bom mesmo (o filme, não meu post capenga, heh).

A história já é velha conhecida nossa: um adolescente problemático e maltratado pela vida é adotado por uma família rica e ganha uma porção de oportunidades para florescer. É isso. E poderia ser apenas isso, se não fosse o roteiro bem construído e a atuação primorosa da Sandra Bullock. Vale dizer também que é baseada em fatos reais - o que só fui saber quando o filme já havia acabado.

O grande mérito do filme, como disse, é o roteiro/direção. A história poderia facilmente descambar pro piegas, pro previsível, pro sensacionalista, mas em nenhum momento senti algo parecido. Tudo foi retratado com dignidade, sem ser apelativo ou provocar lágrimas amarguradas. É uma história bonita e que foi explorada não para ser um exemplo de vitória ou sofrimento, mas para mostrar que ainda existe uma beleza terrena e simples nos seres humanos. E que alguns ainda valem a pena.

A propósito, como vocês devem saber, a sra. Bullock ganhou o Oscar pela sua atuação nesse filme. Não assisti a todos os outros que concorreram pra poder opinar, mas digo que ela realmente estava excelente nesse trabalho.


ficha técnica
título: The Blind Side
duração: 129 min
direção: John Lee Hancock
roteiro: John Lee Hancock, baseado em livro de Michael Lewis
curiosidades: trailer


avaliação:







O segundo filme eu vi hoje, A Casa do Lago. Ele foi lançado em 2006, o que significa que há quatro anos achava a premissa do filme tão estúpida que nem o delícia do Keanu Reeves me animava a assisti-lo. O caso é que hoje bateu curiosidade e resolvi ver.

A premissa é a seguinte: duas pessoas (Keanu e Sandra) trocam cartas "magicamente", enquanto uma está no passado e outra 2 anos à frente, no presente. Obviamente, elas se apaixonam e vivem as dificuldades desse relacionamento inusitado.

Apesar dos furos do roteiro, o filme não é tão besta quanto parece. Acabaram construindo a história de uma forma bonita, remetendo ao Persuasão, da Jane Austen. A espera por alguém que amamos, a dúvida sobre a espera valer a pena ou não, a solidão, etc. Acabou sendo interessante e bacana.

E eu até iria falar dos furos que percebi no roteiro, mas não quero soltar spoilers. Vejam e compartilhem nos comentários, se quiserem!

ficha técnica
título: The Lake House
duração: 99 min
direção: Alejandro Agresti
roteiro: David Auburn
curiosidadestrailer


avaliação

Amor sem escalas



Não sei porquê, mas "Amor sem escalas" não me chamou a atenção. Acho que incomodava a sensação de que o George Clooney está velho demais para comédias românticas, só que eu nem sabia sobre o que era o filme, e supus que se tratasse desse gênero. Pensei que eu nada perderia se esperasse algum tempo para o filme passar no telecine ou, na pior (bem pior) das hipóteses, na tela quente.

Pois bem, mas é preciso lembrar que eu moro numa cidade tediosa e, por mais que eu adore ir ao cinema, às vezes vou simplesmente porque a opção seria ficar em casa fazendo nada. Não vou dizer que o filme me fez repensar a birra inicial, mas é bacana, não uma comédia romântica, mas dramática, mostrando um sujeito que passa a vida se defendendo dos relacionamentos, criando racionalizações que se transformam, inclusive, no ganha pão dele.

O filme conta a história de um cara, Ryan (George Clooney, banal seria dizer o quanto ele está charmoso), funcionário exemplar numa empresa que demite pessoas por todo o país, o que significa que ele passa 250 dias por ano viajando e adora isso e também todos os cartões de cliente preferencial. O Ryan gosta de dormir em hotéis, não tem relacionamento próximo com a família e faz palestras sobre o quanto relacionamentos deixam nossa "mochila" pesada e nos fazem andar mais lentamente em busca dos nossos objetivos.

Tudo vai bem até ele conhecer a Natalie (Anna Kendrick), nova colega de trabalho. Eles pensam diferente tanto na forma mais adequada de demitir pessoas (ela sugere uma forma mais econômica), como nas questões relacionadas ao peso da mochila da vida. Nesse meio tempo ele se envolve com outra viajante durante as viagens de um e de outro. O filme não gira tanto em torno desse relacionamento, mas na mudança de perspectiva que tanto o Ryan quanto a Natalie passam.

Me fez pensar sobre as defesas com que a gente se agarra para poder sobreviver às rasteiras que a vida dá. Logicamente, quando a gente se relaciona, a probabilidade delas acontecerem, aumenta. E a escolha acaba sendo sempre essa, né? É melhor ter uma vida segura, arquitetada e planejada, sem grandes emoções, mas livre de sofrimento, ou é se jogar de cabeça? Tem como achar meio termo no que diz respeito a relacionamentos com os outros, esses seres estranhos e imprevisíveis?

PS: Coloquei a imagem porque achei engraçada a parte em que ele tira fotos com o pôster da irmã e do noivo dela, a l'Amélie Poulain.

ficha técnica

título: Amor sem escalas (Up in the air).
duração: 109 min.
direção: Jason Reitman.
roteiro: Sheldon Turner e Jason Reitman, baseado em livro de Walter Kim.
curiosidades: O filme conta pra gente que quem acumular um número x de milhas pela American Airlines tem seu nome gravado num avião, legal, néam?


avaliação:

uma rodada de água com açúcar pra galëre!


Nos últimos dias assisti a duas comédias românticas. Apesar de gostar do gênero, já tinha desanimado com ele há uns tempos: as histórias andam repetitivas e/ou forçadas demais ultimamente.

O primeiro visto foi o Idas e Vindas do Amor. Desde que vi o trailer fiquei louca pra que o filme fosse lançado logo. Por quê? Perceba o elenco: Jessica Alba, Kathy Bates, Jessica Biel, Eric Dane, Patrick Dempsey, Hector Elizondo, Jamie Foxx, Jennifer Garner, Anne Hathaway, Ashton Kutcher, Queen Latifah, Taylor Lautner, Julia Roberts, Taylor Swift. Tá, grandes merda pra alguns desses nomes, mas é algo que impressiona, não? Sem contar que o diretor do filme é o mesmo de Uma Linda Mulher, o Gary Marshall.

Com esse time de feras (/Faustão) era de se esperar um grande filme também. Pelo trailer imaginava que seria um Simplesmente Amor na versão americana - o considero um dos melhores filmes românticos que já vi, delicado, simpático e cheio magia sem precisar de um Harry Potter. Talvez por ter colocado tantas expectativas em cima dele, me decepcionei. Bastante até.

O filme não é ruim, não me entendam mal. Ele tem todos os ingredientes daquela velha receita pra agradar a gregos e troianos - bom humor, drama, aquela coisa que já conhecemos desde o tempo do Tom Hanks querendo ser grande. Mas, pra mim, faltou alguma coisa que não sei precisar bem o que é. Química, talvez. Como o Moisés disse no post anterior, parece que tentaram demais que o negócio todo fosse atraente e resultou em algo... sem sal.

Não contei até agora sobre a história porque são várias, conectadas entre si de alguma forma. A história do romântico apaixonado, do cara que sai do armário, da workaholic solitária, da moça que se descobre amante... aqueles clichês amorosos, todos ocorridos no Dia dos Namorados. Ironicamente, a única cena que me emocionou foi também a única que não tinha a ver com romance.

Não me chamem de frígida. É um bom filme pra uma tarde ociosa.

ficha técnica
título: Idas e Vindas do Amor (Valentine's Day)
duração: 125 min
direção: Gary Marshall
roteiro: Abby Kohn, Mark Silverstein
curiosidades: a maioria das pessoas parece não concordar com a minha crítica. O filme estreou em primeiro lugar nos EUA e ao longo de um fim de semana arrecadou R$ 104,82 milhões.

avaliação:





O segundo filme eu acabei de assistir, o Três Vezes Amor. Depois da experiência com o anterior, comecei a vê-lo sem grandes expectativas, apesar de ter simpatizado com a sinopse e nunca ter ouvido falar dele até uns 3 dias atrás. É uma realização da Working Title, a qual já produziu filmes como O Diário de Bridget Jones e... Simplesmente amor. E eu gostei de vê-lo, mesmo não estando no mesmo nível que esses outros dois.

A história trata de um cara lá pelos seus 30 e poucos anos (Ryan Reynolds) em vias de separação e que tem uma filha, a fofa que fez Pequena Miss Sunshine, Abigail Breslin. Numa bela noite ela pede que seu pai conte como ele e sua mãe se conheceram (quem não fez isso?), e ele resolve fazer diferente: conta a sua história amorosa com 3 mulheres importantes, dando-lhe pseudônimos para que, no fim, a filha tentasse descobrir qual delas era sua mãe.

Entre milhares de idas e vindas da história, o que me chamou a atenção foram duas coisas. A primeira é que elas são mais realistas, poderiam ter acontecido com qualquer um de nós. Não há Can't Take My Eyes Of Off You cantadas em estádios ou cenas em aeroportos, apenas a vida cotidiana. A segunda é que o contexto das situações também é relevante e acompanha a evolução dos personagens, especialmente o principal.

É interessante. Me arrancou risadas, mas não me emocionou de fato. É simpático. E bem menos pretensioso que o anterior, o que resultou ser bem positivo.



ficha técnica
título: Três Vezes Amor (Definitely, Maybe)
duração: 112 min
direção: Adam Brooks
roteiro: Adam Brooks
curiosidades: o trailer do filme é um dos mais chamativos que já vi

avaliação

Vocês sacaram?


Um elemento indispensável ao Trash é o levar-se a sério. Não que o Zé do Caixão ao fazer filme de mulher transando com cachorro tivesse intenções de conquistar o Globo de Ouro, mas não gosto da idéia de “vamos fazer uma porra nem aí bem esculhambada?”. Prefiro “vamos esculhambar nos levando a sério?” ou, melhor ainda, “vou me dedicar a esse filme”, e então a coisa sai... TRASH.

Recorrendo aos exemplos.



Um é o mitológico, antológico, insuperável “The Warriors” (na versão brasileira, como cortesia, com o subtítulo “Os Selvagens Da Noite”). O filme é exaustivamente mencionado no youtube, em blogs especializados, em textos nerds sobre games... Citar qualquer passagem é covardia, é sacanagem com os demais trechos perfeitos (esse por exemplo). É uma lenda, um ícone. Aliás, cogitar Warriors na galeria trash não é unanimidade... pra isso recorro aos méritos da dublagem com sotaque de malandro carioca, o absurdo constrangedor que torna as falas inesquecíveis. Como a versão mais divulgada do filme é a dublada – justamente por seu apelo ao ridículo – é obrigatório enquadrar “Warriors”. Este seria o Trash bom.



Outro é “Zombie Strippers” (veja o trailer). Apesar da aura quase cult, o filme força demais – como naquela cena de luta onde bolas de sinuca tem uma vagina zumbi como mecanismo de propulsão de ataque. Evidente que os caras só queriam avacalhar. Eis o Trash ruim.

Cinema Trash fica melhor enquanto um resultado inesperado de esforços aparentemente aleatórios, ou descompromissados, não como um objetivo inicial esquematizado. Ou quando querem se levar a sério e o resultado é revelador, surpreendente de tão ruim. Péssimo. Ruim ao ponto de ser bom.

Enfim, pra finalizar, nesse trash de zumbis com mulheres bem torneadas há uma cena que remete ao classicão “Warriors”. Justamente a que eu citei logo no princípio do texto: garrafinhas tilintantes intimando o inimigo pra porrada. Procurei a passagem no youtube e não achei. Mas temos cenas da batalha...





Vocês sacaram??

ficha técnica I
título: The Warriors
duração: 90 minutos
direção: Walter Hills
roteiro: David Shaber e Walter Hill, baseado em livro de Sol Yurick.
avaliação:


ficha técnica II
título: Zombie Strippers!
duração: 94 minutos
direção: Jay Lee
roteiro: Jay Lee
avaliação:

A Marcha dos Pinguins


Assim como tenho quedinha por filmes polêmicos, pego birra facilmente pelo hype. O caso mais recente foi com Bastardos Inglórios: demorei meses até animar a assistir - e adorei. Também já aconteceu de ver algum filme supercomentado e pensar "ah, era isso?". Enfim, o caso é que o Marcha dos Pinguins foi extremamente alardeado na época e isso me deu preguiça... até uns dias atrás.



O filme, como todos sabem, é um documentário a respeito do ciclo de vida dos pinguins imperadores. Mostra todas as dificuldades e vitórias que um grupo sofre pra se manter e reproduzir, com imagens bonitas e impressionantes. Até aí, seria algo que você poderia ver em um Discovery Channel da vida, certo? Por que fez tanto sucesso?

A narrativa é diferenciada. O diretor se preocupou não só em mostrar vida e morte em uma perspectiva biológica, mas tentou fazer algo mais próximo das pessoas, dando voz aos bichinhos e abandonando o ar de aula maçante. A voz aveludada do Morgan Freeman começa dizendo que aquela história é uma história de amor e superação. Essa é a tônica dos minutos seguintes. Como em uma pequena novela, há momentos tensos, engraçados, ternos e despertadores da compaixão.

Entretanto, eu discordo de Morgan. Pra mim não é uma história de amor, mas de sobrevivência. Se fosse pra tirarmos alguma lição dos pinguins, seria o senso de coletividade. Os pinguins conseguem se manter por serem cooperativos e unidos, não por serem amorosos. E esse senso é um dos aspectos mais menosprezados da vida atual - se for pra forçar um pouco a barra, poderia dizer que é o princípio do desenvolvimento sustentável: a preocupação com as gerações futuras.

Não digo que os pinguins sejam sábios, acho que isso não se aplica. Mas nós seríamos se conseguíssemos compreender e até imitar toda aquela união em prol de um bem comum.

ficha técnica
título: La Marche De L'Empereur
duração: 85 min.
direção: Luc Jacquet
ano: 2005


avaliação:
 
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