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críticas de filmes por pessoas que simplesmente gostam de filmes, oras!

Amor sem escalas



Não sei porquê, mas "Amor sem escalas" não me chamou a atenção. Acho que incomodava a sensação de que o George Clooney está velho demais para comédias românticas, só que eu nem sabia sobre o que era o filme, e supus que se tratasse desse gênero. Pensei que eu nada perderia se esperasse algum tempo para o filme passar no telecine ou, na pior (bem pior) das hipóteses, na tela quente.

Pois bem, mas é preciso lembrar que eu moro numa cidade tediosa e, por mais que eu adore ir ao cinema, às vezes vou simplesmente porque a opção seria ficar em casa fazendo nada. Não vou dizer que o filme me fez repensar a birra inicial, mas é bacana, não uma comédia romântica, mas dramática, mostrando um sujeito que passa a vida se defendendo dos relacionamentos, criando racionalizações que se transformam, inclusive, no ganha pão dele.

O filme conta a história de um cara, Ryan (George Clooney, banal seria dizer o quanto ele está charmoso), funcionário exemplar numa empresa que demite pessoas por todo o país, o que significa que ele passa 250 dias por ano viajando e adora isso e também todos os cartões de cliente preferencial. O Ryan gosta de dormir em hotéis, não tem relacionamento próximo com a família e faz palestras sobre o quanto relacionamentos deixam nossa "mochila" pesada e nos fazem andar mais lentamente em busca dos nossos objetivos.

Tudo vai bem até ele conhecer a Natalie (Anna Kendrick), nova colega de trabalho. Eles pensam diferente tanto na forma mais adequada de demitir pessoas (ela sugere uma forma mais econômica), como nas questões relacionadas ao peso da mochila da vida. Nesse meio tempo ele se envolve com outra viajante durante as viagens de um e de outro. O filme não gira tanto em torno desse relacionamento, mas na mudança de perspectiva que tanto o Ryan quanto a Natalie passam.

Me fez pensar sobre as defesas com que a gente se agarra para poder sobreviver às rasteiras que a vida dá. Logicamente, quando a gente se relaciona, a probabilidade delas acontecerem, aumenta. E a escolha acaba sendo sempre essa, né? É melhor ter uma vida segura, arquitetada e planejada, sem grandes emoções, mas livre de sofrimento, ou é se jogar de cabeça? Tem como achar meio termo no que diz respeito a relacionamentos com os outros, esses seres estranhos e imprevisíveis?

PS: Coloquei a imagem porque achei engraçada a parte em que ele tira fotos com o pôster da irmã e do noivo dela, a l'Amélie Poulain.

ficha técnica

título: Amor sem escalas (Up in the air).
duração: 109 min.
direção: Jason Reitman.
roteiro: Sheldon Turner e Jason Reitman, baseado em livro de Walter Kim.
curiosidades: O filme conta pra gente que quem acumular um número x de milhas pela American Airlines tem seu nome gravado num avião, legal, néam?


avaliação:
 
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